Fluência e fixidez

FLUÊNCIA

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Água seixos fluxo

Frincha fresta desvão

Arrulhos de rio, arpejos

Serpente que se quebra em arroios

E se alarga e remanseia

E outra vez se estreita e flui

Para ser virgem de novo.

O agora passou, o aqui está lá

E segue minha alma tão mínima

Lamparina levada nas ondas.

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Habitam em mim dois irmãos inimigos:

Um é o que flui e o que frui

E se adianta à corredeira

O outro é o que detém e retém

E se acama nos baixios.

Mercúrio e Sal são seus nomes.

Se exaltasse um e descartasse outro

Não seria então incompleto?

No Enxofre a alma sábia os integra

E nutre sua chama vida após vida.

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Aprende com isto pensamento rebelde!

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