a caixa

*

houve um tempo

em que escrevia poemas

em folhas soltas, avulsas

e os guardava em uma caixa, apenas

e o que havia na caixa surpreendia

*

se encontrasse essa caixa, teria

talvez um alento, um refúgio, um sustento

pois o que escrevo agora não surpreende

no que escrevo não me encontro

o que escrevo me entedia

*

perdi a caixa

perdi o tempo, perdi o intento

as boas maneiras me tolheram

as boas intenções me exauriram

a linha reta me enganou

*

mas

se a porta se abre a quem bate

e o mundo se renova a cada sopro

quero buscar minha caixa no akasha

para ser folha solta de novo

*

*

Post anterior
Post seguinte
Deixe um comentário

Deixe um comentário