*
Para Márcia
*
Na orla de um bosque dourado,
Busco nossos mais antigos refúgios:
Papéis brancos, agora amarelados,
Poemas que ficaram inconclusos.
*
Há vida e viço na vereda verde,
Que desce a um veio oculto e encontra água.
Inverto o curso e subo até a nascente,
No encalço da semente da palavra.
*
Não quero o excesso, quero o esbatimento,
A fragrância que sobrevive à flor que finda,
O rio que, indo ao mar, evapora e ascende,
Para chover na cabeceira e ser rio ainda.
*