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1. Montanhas
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Himalaia, Himalaia,
Estás onde pousam meus olhos:
Avos cobertos de neve,
Pais de pedra maciça,
Filhos qual arroios apressados.
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Nilakantan, Annapurna:
Teus montes são deuses, em guirlandas de névoa.
Mas a atarefada formiga que caminha ao meu lado
Será menos divina que teus cumes e vales?
E as vacas que pastam postas na paz do sem-tempo?
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Himalaia, Himalaia,
Presença além da palavra,
Majestosa vastidão.
Subi tuas encostas recitando mantras.
Trago-te agora no coração.
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2. Rios
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Para onde quer que meus olhos voem,
É a Ti que eles veem.
Onde quer que meu pensamento pouse,
É em Ti que ele repousa.
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Saraswati, Alaknanda:
As águas que nascem das geleiras
Se encontram em Mana.
E descem apressadas, aspirando pelo Ganges.
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Se não há nada fora de Ti,
E seu eu mesmo nada sou senão Tu,
Que encontre meu lugar em Teu fluir,
Onda no rio que a montanha derrama.
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3. Pessoas
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Se queres ver a Índia em uma concha,
Vai a Badrinath em Ganesha Chaturthi.
As águas quentes de Tapt Kund fervem de gente,
E sáris extravagantes lotam o terraço do templo.
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Todos querem prestar suas homenagens:
Sadhus de cabelos desgrenhados,
Pandits de barbas veneráveis,
Jovens de ubíquos celulares.
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Para chegar aqui, houve de cruzar desfiladeiros proibitivos.
E os olhos se deleitam, agora, com tantas fisionomias.
Mas, indiferentes ao vaivém agitado,
As vacas seguem comendo e cagando.
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A Índia se move, e tu te moves junto.
É tão fácil iniciar uma conversação.
Porque é Ganesha Chaturthi, há risos e música.
Se te chamas Ganapati, o que mais podes querer?
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