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Que paixão sem pouso
quanta dor sem corte
delicado incêndio
fogo que não consome
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Dois pássaros voam juntos
na imensidão sem termo, sem borda
bordam espirais de puro azul
o sol recortado em suas asas
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Como se buscam os dois amantes
como confundem seus vultos, suas voltas
semeando filigranas, arabescos
nos suspensos jardins do firmamento
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Marinheiros sem porto
borboletas sem trégua
espelhos errantes
em busca da luz
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