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O Eu não está fora nem dentro do corpo. Não está longe nem próximo. Está em um espaço supremo, além do âmbito dos 36 Tattvas e dos mundos neles contidos. O buscador refinado deve instalar sua mente nesse espaço supremo.
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Permeando completamente todas as direções, o Eu sempre existe em seu próprio estado, dissociado de todas as coisas. Sendo luminoso por si mesmo, brilha com seu próprio brilho e ilumina tudo. O buscador refinado deve meditar em seu próprio Eu, que é dessa natureza.
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Assim como o ghee está presente indistintamente no leite, misturado com ele, assim também Shivatva (a Natureza de Shiva) permanece não manifesta no interior do Eu, o qual está associado a laços limitantes.
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Assim como um médico competente no tratamento dos venenos, aniquila a ação do veneno por meio da força de sua meditação e do poder dos mantras, assim também o Guru remove os laços limitantes por meio de vários tipos de diksha (iniciação) relacionados com Shiva.
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Nota explicativa
O Sarvajñanottara Ágama é considerado, por alguns estudiosos, como a fonte suprema do pensamento shivaísta, superior aos 28 Shaiva Ágamas (escrituras sagradas shivaístas) convencionalmente aceitos. Segundo a narrativa tradicional, teria sido revelado diretamente por Shiva a seu filho mitológico Skanda (Murugan). Traduzi estes excertos a partir da tradução inglesa de Sabharathnam Sivacharyar, publicada por The Himalayan Academy.
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Imagem ao alto: Shivaligam. Foto de JTA.
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